VEJA SÓ! Mulheres acham soluções que homens não conseguem, diz pesquisadora brasileira da Nasa

Mulheres acham soluções que homens não conseguem, diz pesquisadora brasileira da Nasa
Duília de Mello falou nesta quinta-feira (2) na Campus Party 2017 que cientistas bem-sucedidas servem de exemplo para aspirantes; Professora nos EUA, ela já descobriu supernova.





ê não pode ser o que não pode ver. E é justamente por isso que as mulheres precisam do seu espaço de direito na ciência e em todas as áreas do saber: para motivar meninas a seguirem seus sonhos.
"É preciso ver mulheres bem-sucedidas para saber que se pode conseguir", disse Duília de Mello, um dos maiores nomes brasileiros na astronomia, nesta terça-feira (2) na Campus Party 2017.
"É importante que 50% dos cientistas seja mulher porque a sociedade é assim. As mulheres são diferentes dos homens, e encontram soluções que os homens não conseguem", afirmou.

Ideias sem gênero

Professora e vice-reitora da universidade PUC, em Washington (EUA), Duília de Mello enfrentou um meio predominantemente masculino durante a sua carreira, que inclui pesquisas para a Nasa e a descoberta de uma supernova (a explosão de uma estrela) em 1997.
"Eu só notei que era minoria quando saí do Brasil [para os EUA]. Eu não sabia da problemática da mulher ser considerada burra até mesmo quando ela é uma cientista", disse a professora.
Ela comenta também os motivos para ter abandonado algumas de suas classes para assumir a vice-reitora da universidade – "quando o reitor me ofereceu o cargo, aceitei também para mostrar que as meninas podem chegar onde quiserem" – e de como a própria Nasa e a equipe do satélite Hubble tem lutado para trazer mais igualdade para a astronomia.
"Eu sou latina, falo com sotaque, mas sempre me senti muito bem-vinda e admirada na Nasa. E agora os projetos que são enviados para lá e para o Hubble não vem com os nomes dos autores, mas da equipe. Para o projeto não ser julgado por ser de um homem, mulher, jovem ou velho", ela conta. "É importante apoiar minorias. E no caso da ciência, mulheres são minoria. Obama e Michelle estudaram em duas das maiores universidades dos EUA porque existiam cotas. Então funciona".
A pesquisadora lembrou de "Estrelas além do tempo", filme que conta a história de um trio de mulheres negras trabalhando no programa espacial americano em plena Guerra Fria. "A Nasa é branca. Elas abriram muitas portas que ainda hoje continuam fechadas".

Fatos alternativos

Duília de Mello também comentou o crescimento das "fake news", ou notícias falsas, e como esse problema afeta a ciência. "Eu falo para os meus estudantes que eles têm que checar a fonte. Saiu em uma revista de alto conceito? Em artigos com vários autores? Geralmente quando o link tem '.edu' é de uma universidade. Aí você pode confiar. Esse é um dos nossos grandes dilemas".
"A Superlua não é mentira, ela só foi aumentada porque o jornal quer vender. Para nós é bom porque faz as pessoas olharem para a Lua de novo".
Ela falou ainda do boato recente de um asteroide que iria se chocar com a Terra. "O que a gente faz? Tem gente que não é instruída e acredita, tem medo. E é difícil de chegar neles porque não acreditam na gente. Preferem acreditar em quem tem contato diário, e não em um estranho que dedica a vida a estudar aquilo".
Fonte: G1 Tecnologia








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